Nesta semana, a nova Diretoria Corinthiana, presidida por Augusto Melo, completou 100 dias à frente do Comando do Corinthians. O tempo passa rápido, ainda mais em um Clube que tem a necessidade de realizar, grandes mudanças estruturais.
Um começo meio atípico. Excesso de otimismo, mesclado com auto exaltação, que geraram expectativas, muitas irreais, sobre as soluções para os graves problemas herdados das gestões do Grupo Renovação e Transparência.
Infelizmente, Duílio Monteiro Alves deixou muito a desejar. Administração apática, em que a inércia de defender o Corinthians, apareceu em inumeras oportunidades. O que gerou uma dívida enorme, aliada a falta de conquistas, que agora já passam dos cinco anos.
Depois de uma transição entre a eleição e a posse, em que o próprio presidente eleito elogiou a contribuição de Duílio e sua Diretoria, a partir da posse, houve grandes modificações e questionamentos.
Primeiro, todos sabiam que o Corinthians precisava de uma grande reformulação do elenco. Aí, apareceram erros e equívocos, pois foram dispensados vários jogadores, sem a necessária reposição imediata. O que gerou a inexistência de uma pré temporada decente, somado ao fato da manutenção do superado Mano Menezes (neste caso, Duílio cometeu o absurdo de fazer um longo contrato, mas Augusto Melo não deveria entrar 2024 com Mano Menezes como técnico). Consequência: uma horrível participação no Campeonato Paulista.
Continuando a abordar o que aconteceu no Futebol Corinthiano, a contratação de Antonio Oliveira veio preencher uma lacuna, com mais uma dezena de contratações, que foram realizadas. Diego Palácios e Coronado pouco atuaram até agora, pois tiveram sérios problemas físicos logo nas suas respectivas estreias.
O Corinthians, além do Campeonato Brasileiro, está na fase próxima fase da Copa do Brasil e, em um grupo não muito forte, tem condições de ser o primeiro em seu Grupo na Copa Sul Americana, e avançar para as fases de mata matas da competição.
Com o elenco completo, pelo menos até a próxima janela de contratações, o Corinthians vai entrar em uma fase de muitos jogos, praticamente todos os meios e finais de semana (excetuado as datas FIFA). O time pode ter reforços no meio do ano, assim como existe a possibilidade de saída de jogadores, como o Wesley.
Concordo com o Diretor Financeiro corinthiano, Rozallah Santoro, que um Clube, com o tamanho do Corinthians, mesmo tendo sérios problemas financeiros, não pode deixar de buscar o protagonismo. Pois a boa participação nas competições, além do retorno esportivo, também geram a possiblidade de aumento da receita financeira.
O concreto é que temos que torcer para que os mais de R$ 120 milhões gastos com contratações, pela atual Diretoria, forneça resultados concretos dentro do campo. O dinheiro auferido pela venda de Moscardo, Pedro e outros jogadores negociados, já foram praticamente utilizados e aquela economia com salários, com a saída de jogadores como Renato Augusto, Giulliano, Gil, etc., acredito não existir mais, pois os novos contratados vieram com salários altos. Só o Coronado custa mais de R$ 2 milhões mensalmente. Além de casos pendentes, como o do Rojas, que pode causar sérios problemas financeiros.
Positiva foi a atuação do responsável pelo Marketing Corinthiano, principalmente no patrocínio Master da camisa corinthiana. Cerca de R$ 10 milhões mensais pagos pela VaideBet. Mas nada além do que o Corinthians merece receber. Melhor seria não ter dado tanto alarde, pois vários concorrentes estão utilizando o que o Corinthians está recebendo, para aumentar seus respectivos faturamentos. Quanto ao patrocínio das placas da Arena Corinthians, houve uma sensível melhora, em negociação que já estava maturada pela diretoria anterior.
Aguardamos, com grande torcida, para que dê certo a venda dos naming rights do Centro de Treinamentos, que viria em boa hora, para ir aliviando os graves problemas financeiros corinthiano.
Arena Corinthians
Desde antes da inauguração, já tinha posicionado que a Arena Corinthiana, além de não ter nada a haver com a Fiel Torcida, muito elitista, era também muito pequena para o tamanho da Torcida Corinthiana. E ao longo de mais de 10 anos, pregamos a necessidade de mais 20 mil lugares. E estes destinados a maior parte da Fiel Torcida, com preços populares, pois na atual situação, a grande maioria não tem condições de frequentar os jogos corinthianos.
Augusto Melo apoiou esta transformação. Mas depois dos anúncios feitos no início de sua gestão, parece ter esfriado um pouco esta intenção. Acredito que o Corinthians tem todas as condições de ter boas parcerias, que façam avançar esta necessidade. Certamente, o Marketing Corinthiano poderia reivindicar maiores receitas, inclusive com o naming rigths, além da possibilidade de abrigar grandes Eventos, com possibilidade de grandes retornos financeiros.
E, esportivamente, o local seria transformado em um verdadeiro caldeirão. Em que o já grande apoio da Torcida Corinthiana, ganharia maiores dimensões.
Reformas Estruturais
Reformas estatutárias não podem ser esquecidas. Muitas objeto e utiulizadas na campanha de Augusto Melo, para chegar a presidência.
- Diminuição do prazo para o sócio ter direito a votar. Atualmente, 5 anos, o mesmo que se exige para ser conselheiro. Acredito que 2 anos e meio como associado seria um grande avanço. E estudar a possibilidade de dar direito a voto a todos que adquiriram títulos patrimoniais. Além de aumentar consideravelmente o número de votantes, anularia as chances de “incentivos” para o associado votar, o que vem ocorrendo em todas as eleições corinthianas:
- Eleição proporcional das chapinhas, de acordo com a porcentagem de votos obtidos, dando uma representação mais democrática da vontade dos associados. Além da necessária implantação de 2 turnos para presidente, quando nenhum dos candidatos tivesse 50% + 1 voto no primeiro turno. Nestas últimas eleições, não houve o necessário debate de ideias e propostas. O que pode incentivar só a troca de nomes no comando do Clube, sem o necessário engajamento para as mudanças que o Clube necessita. Pois, para o novo comando, uma vez no poder, pode ser mais confortável deixar tudo como está.
- Acabar com a proibição para o incentivo do surgimento de novas e necessárias lideranças. Abolir dos Estatutos Sociais o item que condiciona a necessidade de 2 mandatos de conselheiro para poder se candidatar a presidente. Sinceramente, com todo o respeito para o Quadro Associativo Corinthiano, o Corinthians é imenso. E quem tem uma força como a Fiel Torcida, não pode deixar de implantar o Sócio Torcedor. Que possibilitaria, além de fortalecer a Democracia dentro do Corinthians, também ensejar a entrada, no Clube, de grandes recursos financeiros.
Considerações Finais
O Corinthians não pode se limitar aos associados e aos pouco mais de 6.000 votantes, muitos incentivados. O Parque São Jorge tem que ser preservado e ter suas grandes necessidades de modernização e ampliação, consolidadas com as intervenções patrimoniais necessárias.
Seria importante que fosse destinada, ao Clube, uma porcentagem garantida do que o Corinthians arrecada com o Marketing. Fazer um orçamento que que todos os Departamentos tivessem as melhores condições de exercer melhor sua atuação. Se fosse o caso, avançar a ideia do Clube ter um responsável, com autonomia. Separado do Futebol. E este Dirigente, que seria o comandante do Clube, ser escolhido, exclusivamente, pelos sócios patrimoniais e remidos.
Na campanha, apresentei ao Augusto Melo, que na época achou uma excelente ideia, do Corinthians ter um escritório de representação na região da Avenida Luiz Carlos Berrine. Já havia apresentado a anos atrás está mesma proposta para o atual Diretor Cultural do Corinthians, Raul Correa, quando ele tinha intenções de ser presidente do Corinthians. Mostraria um grande sinal para o mundo financeiro do País e até do Mundo, que o Corinthians estaria propenso a grandes parcerias, aproveitando o grande potencial do Clube.
Desejo que o Augusto Melo realize uma Grande Administração. Que acredito ter muitas maiores possibilidades, com uma abertura, para que corinthianos capacitados e competentes, fossem captados dentro da imensa Família Corinthiana. Distribuir os cargos entre os apoiadores, pode ser uma maneira para manter uma grande força eleitoral. Mas, certamente, deixa o Corinthians muito distante de ter o potencial, de acordo com o seu tamanho.
Como exemplo, Raul Corrêa, em quem durante longos anos eu via como detentor de grande potencial para ser presidente do Corinthians, foi colocado como Diretor Cultural. Como consequência do apoio de sua Chapa.
Raul Corrêa, que é um dos grandes empresários brasileiros, com grande inserção entre grandes empresas e empresários, inclusive do exterior, tem condições de muito contribuir com o Clube. Sua BDO, da qual é proprietário em solo brasileiro, não tem nada a se arrepender com o relacionamento do Raul com o Corinthians. É uma das maiores empresas de Consultoria e Auditoria do Planeta. Poderia ser melhor aproveitado, mas é preciso saber se o próprio Raul está disposto a colocar seu nome e conhecimento, efetivamente, a favor do Corinthians.
Como apoiador nas eleições do Augusto Melo e muito mais como corinthiano, quero ver o Corinthians procurando atingir todo o seu potencial. E tenho certeza que a Fiel Torcida é o Maior Tesouro que o Corinthians possui. Espero que Augusto Melo e sua Diretoria tenham sucesso. Com a possiblidade de conquistas no Futebol, que tanto o Corinthians necessita. Junto com avanços necessários, como a ampliação da Arena Corinthiana e as mudanças estruturais, estas dependentes da vontade política da atual Diretoria, em consonância com o Conselho Deliberativo.
Saudações Corinthianas
Cláudio Faria Romero Vila Maria
Corinthians Supremo
“O Corinthians precisa do Amor de todos os Corinthianos”